quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

O meu trabalho



Chove.

E chove. Acabei de receber uma mensagem, os reforços vão tardar. Mais uma vez vou estar por minha conta.

Calha me sempre a mim….
Tenho de encontrar o palerma ainda esta noite, só ele me pode dar a informação necessária para desvendar o caso.
Continua a chover, e para tornar as coisas mais agradáveis o vento começa a soprar.
Que bom…. Ainda me lembro do quentinho da cama, abrigo-me debaixo de uma varanda e fico a pensar na melhor maneira de encontrar o patife, estes prédios parecem todos iguais, feios escuros e sujos, que tipo de pessoas poderão viver nestas zonas? Bah, já chega, ponho me andar, vou olhando de esguelha para as portas, pode ser que me lembre de algum pormenor.

Quando estou prestes a desistir…. Lá esta a porta vermelha, não me esqueceria dessa porta nunca na vida! Agora só tenho de encontrar o número 359 é lá que está o nosso amigo Esse Kiuelle.Encontro o número e encosto o ouvido à porta, está gente em casa, boas notícias. Como é que vou entrar ali é o próximo pensamento. Já sei!
Bato à porta, e encosto-me à parede oposta, oiço passos a vir na minha direcção, começam a encaixar a corrente, pobre coitado pensa que isso o vai salvar do que está para acontecer…
Assim que oiço o click do trinco, apoio-me na parede e salto violentamente contra a porta…… Blang ….. Como eu pensava… nestes prédios antigos há muito que a madeira já apodreceu e a corrente que devia segurar a porta soltou-se, o patife levou com a porta em cheio! Enquanto ele se tenta aperceber do que se passou, revisto o apartamento para ver se ele está sozinho. Está só.

A diversão vai começar! Agarro-o pelos colarinhos e pergunto-lhe: - Conheces o 3568909? – nada o malandro quer brincadeira, toma lá um asterisco para ver se percebes o que se passa – Conheces o 3568909? – Espero um pouco, ele responde: - sim, sei que trabalha na organização – Ainda agora o agarrei e ele já está a cantar. -Se o conheces diz-me onde ele trabalha! Agora! – Ele revira os olhos, e começa a dizer que vai ser preciso mais recursos para responder a isso, mais recursos, eu digo-lhe os recursos, dois socos no estômago, e uma joelhada nos genitais, vamos lá ver se chega de recursos. Parece que sim, ele cospe-se todo, deita tudo cá para fora. Mas eu não estou contente! As coisas têm que vir como eu quero senão, há molho. Volto a fazer a pergunta: - Onde ele trabalha e que turno é que ele faz amanhã? – E o animal volta a engasgar-se, estou-me a enervar, saco da minha Magnum, encosto-lhe o cano à cabeça. – dizes ou não dizes? Dizes ou não dizes? – Finalmente dá-me a informação que preciso. Já valeu a pena vir cá. Dou-lhe um pontapé na cabeça e deixo-o a contorcer-se de dores, o meu trabalho está feito e bem feito, tempo de voltar para casa.
É isto que eu faço grande parte dos meus dias! A única diferença é que o gajo se chama SQLSERVER ou ORACLE e os prédios são tabelas cheias de informação.

E também não tenho nenhuma arma de fogo, o resto é muito parecido!

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